Inteligência Artificial Não Regulada – Uma Ameaça à Democracia

Introdução

A Inteligência Artificial (IA) se tornou uma ferramenta poderosa na era digital. No entanto, quando não regulamentada, pode se tornar uma ameaça à democracia, como destaca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Foto: Jane de Araujo/ Agencia Senado

Desafios na Regulação da IA

Segundo Moraes, o maior desafio das instituições globais é criar mecanismos regulatórios que aumentem a transparência na utilização da IA. Este instrumento poderoso, quando mal utilizado, pode ser usado para atacar a democracia, como exemplificado pelos eventos de 8 de janeiro.

Big Techs e Extremismo

As grandes empresas de tecnologia, conhecidas como Big Techs, foram e continuam sendo usadas por grupos extremistas, de acordo com Moraes. Ele ressalva que é necessário responsabilizar aqueles que deturpam o uso da IA, especialmente quando isso é feito para atacar instituições, democracia e o Estado de Direito.

Algoritmos e Redes Sociais

Os algoritmos são o motor que impulsiona as Big Techs e as redes sociais. Eles rastreiam a vida digital de todos e informam hábitos de consumo, buscas por produtos, anseios, medos, ideias e até preconceitos, alimentando uma grande indústria que, segundo Moraes, não é apenas um mero depósito de conteúdos.

Mundo Real x Mundo Digital

Moraes enfatiza que as regras do mundo real também se aplicam ao mundo digital. Ele refuta a ideia de que as Big Techs sejam meros depósitos de conteúdos. Se elas monetizam a utilização de conteúdos de ódio, discursos nazistas, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos, então podem ser responsabilizadas.

Extremismo e Polarização

Para o ministro, grupos extremistas têm estudado e usado com competência estratégias para estimular uma polarização que acaba por contaminar toda a sociedade. O objetivo é atacar progressivamente três pilares das democracias ocidentais: a imprensa, as eleições livres e o Judiciário.

Fake News, Discurso de Ódio e Liberdade

Segundo Moraes, a base do ataque é a criação de canais paralelos para disseminar notícias fraudulentas, as fake news, e discursos de ódio. É nesse ambiente que ele vê a criação de verdadeiras milícias digitais, operando em diversas bolhas.

O Papel da Inteligência Artificial

A IA tem um papel crucial na captura e no direcionamento de mensagens falsas para diferentes grupos, de forma a cativá-los com uma verdadeira lavagem cerebral. Moraes lamenta que muitos grupos já não sabem mais distinguir notícias verdadeiras de falsas.

Redes Sociais e a Distorsão da Liberdade

As redes sociais e a IA, de acordo com Moraes, têm distorcido o conceito de liberdade em tempos recentes. A ideia de liberdade dos extremistas vem no sentido de atuação franqueada para o descrédito das instituições.

Conclusão

A disseminação de notícias de que as eleições foram fraudadas é um exemplo disso. Segundo Moraes, a estratégia é inteligente: eles não atacam a democracia diretamente, mas sim o meio pelo qual ela se concretiza. Se a democracia é falsa, então eles precisam estar no poder para garantir a liberdade. Isso é um retrato do desafio que as instituições enfrentam na era digital, e ressalta a importância da regulamentação da Inteligência Artificial.

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