Inteligência Artificial

Inteligência Artificial e o Meio Ambiente – Uma Perspectiva Crítica

A inteligência artificial (IA) está em constante evolução e, sem dúvida, é um setor que tem recebido muitos investimentos. No entanto, é importante considerar o impacto ambiental que ela gera. Este artigo analisa os obstáculos ecológicos que a IA enfrenta e como podemos mitigá-los.

1. A Ascensão da Inteligência Artificial

A IA tem atraído muito interesse devido à sua capacidade de simular o comportamento humano. Ferramentas como o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, podem dialogar, enviar mensagens de texto e até compor poesias e ensaios de forma incrivelmente humana.

Essa inovação desencadeou uma corrida entre as gigantes da tecnologia para criar produtos similares ou até mais sofisticados. Estima-se que o mercado de IA esteja avaliado em 142,3 bilhões de dólares e que cresça para quase 2 trilhões até 2030.

2. Impacto Ambiental da IA

Os sistemas de IA já estão presentes na vida cotidiana de várias maneiras, ajudando pessoas, governos ou empresas a trabalhar com mais eficiência e a tomar decisões baseadas em dados. No entanto, há um lado sombrio na IA: seu impacto ambiental.

Os modelos de IA precisam processar grandes quantidades de dados para realizar suas tarefas. Isso ocorre em datacenters, que demandam uma enorme capacidade computacional e consomem muita energia.

Em um estudo de 2019, pesquisadores descobriram que o treinamento de um modelo de IA de grande porte pode emitir até 284 toneladas equivalentes a CO2, quase cinco vezes as emissões de um carro durante toda a sua vida útil, incluindo a fabricação.

3. Reduzindo a Pegada de Carbono da IA

Para reduzir a pegada de carbono da IA, é essencial considerar todas as questões ambientais desde o início, inclusive na fase de projeto e treinamento do algoritmo.

‘Temos que levar em conta toda a cadeia de produção e todos os problemas ambientais associados, especialmente o consumo de energia e as emissões, mas também a toxicidade dos materiais e o lixo eletrônico’, argumenta Brevini.

Uma sugestão é que as empresas usem modelos menores com conjuntos de dados reduzidos e garantam que a IA seja treinada no hardware mais eficiente disponível.

4. A Importância dos Datacenters

O uso de datacenters em regiões que dependem de energia renovável e não requerem muita água para resfriamento também pode reduzir a pegada de carbono da IA.

Instalações nos Estados Unidos ou na Austrália, onde os combustíveis fósseis compõem grande parte da mescla de energia, produzem mais emissões do que as da Islândia, que usa muita energia geotérmica e as temperaturas externas mais baixas facilitam o resfriamento dos servidores.

5. A Responsabilidade das Gigantes da Tecnologia

As gigantes da tecnologia têm um histórico muito bom no que diz respeito ao uso de energia renovável em suas operações. A Google, por exemplo, afirma ter uma pegada de carbono zero graças aos investimentos em medidas de compensação e tem como objetivo operar com energia livre de CO2 até 2030. A Microsoft se comprometeu a ser neutra em termos de CO2 até 2030, enquanto o Grupo Meta planeja alcançar uma pegada líquida zero em toda a sua cadeia de valor até 2030.

6. Problemas Hídricos e IA

A energia, entretanto, não é o único aspecto em relação ao impacto ambiental da IA. As imensas quantidades de água que os datacenters precisam para evitar o superaquecimento dos servidores causam grandes problemas em regiões com escassez de água.

7. Danos Climáticos e Ambientais

Mesmo que as grandes empresas de tecnologia reduzam o consumo de energia da sua IA, ainda há outro problema. E isso pode ser ainda mais prejudicial ao meio ambiente. Algoritmos usados na publicidade são projetados para aumentar o consumo, o que certamente tem um custo significativo para o clima.

8. A Relação entre IA e a Indústria de Combustíveis Fósseis

O Greenpeace tem criticado duramente os contratos de IA firmados entre empresas de combustíveis fósseis e Amazon, Microsoft e Google. Segundo a organização ambiental, esses contratos prejudicam significativamente os compromissos climáticos assumidos pelas gigantes da tecnologia.

9. O Futuro da Inteligência Artificial

O papel da IA provavelmente se tornará ainda mais significativo no futuro. É necessário mais regulamentação para garantir que o desenvolvimento seja sustentável e que não dificulte o cumprimento das metas de emissões de gases de efeito estufa.

10. Regulamentação da IA

Na União Europeia, legisladores trabalham há dois anos em uma lei que tende a ser um marco na área. A IA deve ser regulamentada, e os respectivos riscos dos diversos aplicativos devem sofrer classificações. Ainda não está claro se as preocupações ambientais também serão levadas em conta no projeto de lei.

Em conclusão, é vital que consideremos o impacto ambiental da IA e busquemos maneiras de mitigá-lo. Embora a IA tenha muitos benefícios, é importante garantir que seu desenvolvimento não prejudique nosso planeta.

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