A Tecnologia a Serviço do Autismo – Como a Inteligência Artificial está Revolucionando a Identificação de Emoções
A sociedade vem sendo transformada pela rápida evolução da tecnologia. Um dos campos que mais se beneficiam dessa evolução é o da saúde mental, especialmente no que diz respeito ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com a ajuda da tecnologia, temos visto avanços significativos na educação e diagnóstico de indivíduos com autismo. Este artigo explora como a inteligência artificial está mudando o jogo para aqueles que vivem com o TEA.
O Crescimento do Diagnóstico de TEA
De acordo com o
- Centers for Disease Control and Prevention
(CDC), uma em cada 36 crianças em todo o mundo tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Brasil, estima-se que dois milhões de pessoas vivem com autismo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Aprimoramentos na educação e nos métodos de diagnóstico, juntamente com a introdução de novas tecnologias, levaram a um aumento de 280% nos diagnósticos de TEA entre 2017 e 2021 na comunidade escolar brasileira.
O que é o TEA?
O autismo não é uma doença, mas um transtorno. Para ser considerado uma doença, precisaria haver uma causa específica. No entanto, o autismo é multifatorial, o que significa que há muitos fatores envolvidos em seu desenvolvimento. Portanto, para o diagnóstico, é necessário considerar vários comportamentos que podem indicar que uma pessoa está no espectro autista.
Entre os sinais mais comuns de TEA estão dificuldade em manter contato visual, interagir com outros, manter a atenção compartilhada com os que estão ao redor, atraso na linguagem e dificuldade em reconhecer sentimentos e expressões faciais. Todos esses sinais estão ligados ao possível mau funcionamento dos neurônios espelho, responsáveis por nossas reações e imitações.
Michelzinho: Uma Solução Tecnológica
Foi a partir da observação dessas características que surgiu o Michelzinho(https://emotions.pushsistemas.com.br/michelzinho/), um programa de software desenvolvido por Adilmar Dantas. O software, que foi criado como parte de sua tese de doutorado em Computação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), está disponível na [Vitrine Tecnológica](https://fapemig.br/pt/vitrine_tecnologica/382/) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O Michelzinho é um jogo que usa a inteligência artificial para ajudar crianças com TEA a reconhecer e expressar emoções. O jogo foi construído para tanto ensinar os usuários a reconhecerem emoções quanto para expressá-las.
Michelzinho e a Inteligência Artificial
A inteligência artificial é uma poderosa ferramenta que tem sido utilizada para trazer inovações em diversas áreas, incluindo a saúde mental. No caso do Michelzinho, a inteligência artificial é utilizada em conjunto com o Sistema de Comunicação de Intercâmbio de Fotos (SCIF) para ajudar a desenvolver as habilidades de identificação de emoções em pessoas com TEA.
Adilmar Dantas, o criador do Michelzinho, explica que o aplicativo foi desenvolvido com o objetivo de ensinar as crianças com TEA e ajudar os pais ou cuidadores na identificação do transtorno, além de acompanhar a evolução dessas crianças.
Como o Michelzinho Funciona?
O Michelzinho é um jogo disponível para smartphones Android e também como site(https://emotions.pushsistemas.com.br/michelzinho/). Ele foi projetado para ajudar os usuários a reconhecerem e expressarem emoções.
Dentro do aplicativo, há jogos que ajudam os usuários a reconhecerem emoções por meio de figuras e identificação de fotografias. Além disso, os usuários podem ‘construir’ sentimentos, escolhendo diferentes partes de um rosto para expressar diferentes emoções.
Por exemplo, o jogo pode desafiar o usuário a ajudar um personagem a coletar todas as estrelas fazendo a expressão de alegria. Usando a câmera do celular, o jogo reconhece a expressão facial do usuário, que deve imitar a expressão do personagem.
Michelzinho: O Melhor Amigo Virtual
O nome Michelzinho é uma homenagem ao melhor amigo de infância de Adilmar Dantas. “Quando eu criei o jogo, a ideia era que ele fosse o amigo virtual das emoções do TEA. Por isso, coloquei o nome do meu melhor amigo, que se chama Michel’.
Hoje, o Michelzinho está perto de alcançar dois milhões de partidas jogadas. Além disso, foi possível comprovar que a computação auxilia no tratamento do TEA.
O Papel da Tecnologia no Tratamento do TEA
A tecnologia tem se mostrado uma poderosa aliada no tratamento do TEA. ‘Acredito que pode ajudar muito, principalmente dentro desse contexto de gamificação e de aparelhos que tenham touchscreen que as crianças possam interagir’, explica José Alberto dos Santos, um dos profissionais que testou o jogo durante sua construção.
Os testes realizados pela equipe mostraram que o jogo Michelzinho auxiliou em até 88% o desenvolvimento de autistas que o utilizaram. No entanto, Santos alerta que apenas o jogo não é suficiente para desenvolver as habilidades dessa população. ‘Ele é um importante jogo para ajudar as pessoas com TEA a reconhecerem as emoções, mas só ele não é suficiente para instigar o ensino”, destaca.
Reconhecendo os Sinais de TEA
O Michelzinho pode ser um primeiro passo na busca de um diagnóstico de TEA. Se o usuário, de qualquer idade, estiver jogando e apresentar muitos erros, isso pode ser um sinal de algum transtorno.
No entanto, é importante lembrar que, apesar do aumento nos diagnósticos de autismo, nem todas as
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