Estudo de caso – Nvidia e sua decisão de recompra de ações

A notícia recente sobre a Nvidia, uma gigante na produção de semicondutores, pegou o mercado de surpresa. A empresa anunciou a recompra de suas ações no valor de US$ 25 bilhões, uma decisão que gerou muitos questionamentos e debates entre investidores e especialistas do mercado financeiro. Vamos analisar essa situação em detalhes.

Um movimento surpreendente

A decisão da Nvidia de recomprar suas próprias ações foi, sem dúvida, impressionante. Este é o quinto maior movimento de recompra de ações entre todas as empresas listadas na bolsa dos Estados Unidos neste ano. No entanto, o momento escolhido para essa ação é o que causou o maior espanto.

O contexto

– As ações da Nvidia atingiram um valor recorde em uma quinta-feira recente, após uma valorização de mais de 6%.
– Este aumento foi impulsionado pelo crescimento da demanda por chips(https://olhardigital.com.br/tag/chips-semicondutores/) e o boom da [inteligência artificial](https://olhardigital.com.br/tag/inteligencia-artificial/).
– Mesmo assim, a Nvidia decidiu recomprar algumas de suas ações.

Entendendo a recompra de ações

Recomprar ações é um movimento comum na bolsa de valores e é geralmente visto como uma maneira de retornar capital aos acionistas. Essas recompras podem beneficiar o preço de uma ação, pois reduzem a oferta e aumentam a demanda, o que resulta em um aumento do lucro por ação.

No entanto, é raro que essas decisões sejam tomadas em momentos de alta no valor das ações.

A situação da Nvidia

As ações da Nvidia já subiram mais de 200% em 2023, de acordo com informações da Reuters(https://www.reuters.com/technology/nvidias-25-billion-buyback-a-head-scratcher-some-shareholders-2023-08-25/).

‘Como acionista, gostamos de ver recompras de ações, mas para uma empresa como a Nvidia, que está crescendo tão rápido, você meio que quer ver seus lucros sendo revertidos para a empresa’, destacou King Lip, estrategista-chefe da Baker Avenue Wealth Management.

Interpretações da decisão

Existem várias interpretações para essa decisão da Nvidia. Para Daniel Morgan, gerente sênior de portfólio da Synovus Trust, ‘a mensagem parece ser que a administração (da Nvidia) acredita que suas ações estão subvalorizadas’.

Tom Plumb, CEO e principal gestor de portfólio da Plumb Funds, tem outra teoria. ‘Eles estão gerando quantidades incríveis de caixa, mais do que precisam para sua estratégia de investimento atual, e estão proibidos de comprar negócios complementares significativos. Então, o que eles vão fazer com seu dinheiro?’, argumentou.

Detalhes da recompra de ações da Nvidia

A Nvidia gastou cerca de 27% da receita em pesquisa e desenvolvimento no ano passado. No anúncio dos resultados do segundo trimestre da empresa, a fabricante de chips disse que seu conselho aprovou US$ 25 bilhões em recompras adicionais de ações ‘sem vencimento’ e que a empresa planeja continuar as recompras neste ano fiscal.

Apesar do impressionante valor, a recompra representa apenas 2,1% do valor de mercado da empresa, que é de quase US$ 1,2 trilhão, quase R$ 6 trilhões.

A preferência das empresas de tecnologia

As empresas de tecnologia tendem a preferir usar dinheiro para recompras em vez de pagar dividendos. Para Francisco Bido, gestor sênior de portfólio do fundo focado em big cap da F/M Investments, essa ‘é uma demonstração de confiança. Se eles tivessem melhor uso (do dinheiro), tenho certeza de que teriam feito isso’.

Conclusão

A decisão da Nvidia de recomprar suas ações é um exemplo de como as empresas de tecnologia operam e lidam com suas finanças. Embora a decisão possa ter causado surpresa, ela também revela a confiança da empresa em seu futuro e em sua estratégia de crescimento.

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